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O psicanalista e filósofo Paulo Endo (2016) afirma que “o coração da Psicanálise é a clínica psicanalítica, já que todo o pensamento psicanalítico é dela tributário".

É ao atender o apelo de sua paciente Emmy Von N., quando ela exige: “Deixe-me falar!”, que Freud, no final do século XIX, testemunha e funda o lugar central da clínica e da escuta para toda a construção da teoria e do método psicanalítico.

Freud ainda sinaliza algo mais: a clínica é feita de escuta e de encontro com o sofrimento do outro. A técnica e a teoria, balizadores fundamentais deste encontro, são interrogadas a cada vez que o paciente e o terapeuta se encontram, a cada vez que alguém solicita espaço de fala e mudança, na direção da abertura de possibilidades e de diminuição do sofrimento.

Na perspectiva de que o exercício da troca e construção entre pares é essencial para a ampliação da escuta, a SPRGS promove o Comitê de Clinica Psicanalítica, um espaço para discussão e estudo da experiência clínica. O Comitê tem como objetivos aprofundar e aprimorar o raciocínio teórico clínico e a escuta de seus membros, através da discussão de material clínico dos participantes, além do estudo de questões teóricas e técnicas evocadas pelos casos em discussão.

Neste momento de distanciamento social e atendendo ao cuidado ético de não discutir material clínico no âmbito on-line, o Comitê tem se dedicado ao estudo e discussão de temas ligados ao atendimento remoto e aos efeitos do traumático no trabalho da clinica psicanalítica.

O Comitê é destinado aos psicólogos com graduação concluída e encontra-se aberto a novos integrantes.